Devida vénia de:                           CFB A esperada reabilitação
          africa.sapo

O caminho de Ferro de Benguela, aquele que sempre foi uma das grandes “máquinas” de desenvolvimento regional africano, está hoje circunscrito à operação entre o Lobito e Benguela (o chamado ramal de Benguela, de 34 Kms de extensão) e linhas de acesso a armazéns e industria no Lobito (Complexo do Lobito e linha de cintura do Lobito – de aproximadamente 18 Kms). Mas, como a vida não pode parar, a empresa está envolvida na concretização de quatro importantes projectos, no decorrer do ano em curso, que vão atingir um total de 178,5 milhões de dólares.

Deste modo, o Projecto Calenga (Caála) – Santa Iria (Huambo), que visa restabelecer o tráfego ferroviário entre ambas localidades, tem prevista a sua conclusão no primeiro Trimestre, estando avaliado em três milhões e 500 mil dólares.

Este empreendimento, na sua primeira fase, pretende efectuar o tráfego suburbano de passageiros (tal como já acontece entre Lobito e Benguela), registando-se o facto de se ter já iniciado a reabilitação da linha.

O segundo, Projecto (Lobito-Cubal), com uma extensão de 153 km, tem o arranque previsto, igualmente, durante o primeiro Trimestre deste ano, objectivando o restabele-cimento do tráfego ferroviário de passageiros e mercadorias entre o Lobito e Caimbambo/Cubal, orçamen-tado em 7,5 milhões de dólares.

O terceiro projecto, que também será executado no decorrer do presente semestre do ano, é o do Luena-Luau (fronteiriço com a República do Congo), e que tem uma extensão aproximada de 311 km. O mesmo tenciona restabelecer o tradicional transporte de passageiros e mercadorias entre ambas. Actualmente, referira-se, foi executado já o trabalho de reabilitação de infra-estruturas, selecção e formação de pessoal, bem como aquisição de material circulante e motor. O valor previsto do seu investimento será de 17,5 milhões de dólares, estando programado arrancar igualmente no primeiro semestre.

 

 

Finalmente, o quarto projecto (SITLOB – Sistema Interurbano de Transporte de Passageiros no Lobito e Benguela), orçado inicialmente em 150 milhões de dólares, pretende a modernização profunda do sistema de Transporte Ferroviário de Passageiros no Lobito e Benguela, aumentar o número de estações ferroviárias, ampliar a rede ferroviária no Lobito e Benguela, assim como proporcionar “nós” intermodais (rodoviário/ferroviário).

O Governo autorizou já a execução de estudos e projectos de engenharia e viabilidade técnica e económica, através da empresa francesa “Eiffege International”.

Assinala-se que o CFB tem uma linha de mil e 301 km, percorrendo desde o Porto do Lobito, no Oceano Atlântico, pela zona planâltica, até ao Congo Democrático, na qualidade de mais curta rota comercial entre a África Central e a costa marítima.

O CFB teve a sua origem na Lei de Agosto de 1899, a qual autorizou o Governo Português a proceder a construção de um caminho de ferro, partindo do litoral do então distrito de Benguela.

O tráfego no Ramal de Benguela é essencialmente transporte ferroviário suburbano de passageiros e o volume aproximado é de dois milhões de passageiros por ano. A tarifa social praticada situa-se num valor muito baixo (20 por cento do valor praticado pelo transporte equivalente a rodoviário). O transporte de carga não tem expressão no Ramal de Benguela.

No Complexo do Lobito, o movimento anual aproximado de mercadorias é de trinta mil toneladas, representando essencialmente o transporte de mercadorias entre os Ramais do Lobito e o Porto de Benguela.

Gestão da empresa
O contrato de concessão do CFB, atribuído à Companhia do Caminho de Ferro de Benguela SARL, terminou no passado Novembro de 2001, revertendo a favor do Estado todo os meios fixos e circulantes da Companhia, que assim assumiu a posse efectiva do seu activo.

O Ministério dos Transportes nomeou uma Comissão de Gestão do CFB que desde Novembro do ano passado assegura a gestão efectiva, constituída pelo administradores da parte estatal, designada-mente Daniel Quipaxe (Director-Geral), Carlos dos Santos Braz e Cristiano Reis de Almeida.

Presentemente, o capital social da Companhia é de Kz 1 031 250 000,00 expresso em 3 000 000 de acções de Kz 343,75 cada uma.

Recursos humanos
O quadro de Pessoal da Empresa tem sofrido uma redução progressiva nos últimos anos. No presente momento, ele é constituído por mil e 800 trabalhadores distribuídos entre Benguela, Lobito e Huambo. A empresa mantém dois Hospitais em funcionamento (Lobito e Huambo) para atendimento aos trabalhadores em activo, reformados e respectivo familiares, sendo gratuitos a prestação de serviços clínicos e fornecimento de medicamentos.